terça-feira, 19 de agosto de 2008

fotos da escuna, dos barcos sendo rebocados, do veleiro de aço de um casal da Nigéria, do veleiro apelidado de papa móvel e eu com cara de cansado

nascer da lua na beira mar












































quase naufrágios...

Buenas, a intenção era uma velejada entre os dias 16 e 19/08/08, com uma volta na ilha de Santa Catarina, descendo pelas baias norte e sul e depois retornando pelo mar aberto, o que não foi concretizado desta feita. A saída no dia 16 às 09:12, da marina da Marina Sea Escape no estreito foi tranquila, ventos de Norte- Noroeste na ordem de 3-4 nós (cada nó = 1,85 km/h), o veleiro deslizava suavemente e lento nas águas da baia norte e depois baia sul, mas um pouquinho a mais de vento não seria nada mau, para dar tempo de pernoitar ao lado da ilha do Papagaio, na praia do Sonho, então dei 3 batidinhas no gel coat, dizem que o vento vem quando se faz isto, e veio dentro de uns 15 minutos, mas veio com tudo e de repente, rasgando de nordeste e o veleiro quase capotou, pois estava a todo o pano, me agarrei no guarda mancebo para não ser jogado na água que estava a 18º C, o que me garantiria somente uma hora de sobrevivência. Passado o susto reduzi o pano, recolhendo a genoa 3, só na mestra também estava difícil de controlar, mas como eu estava sem os rizos, fui assim mesmo. Agora outro sufoco. Ao sul da ilha, há alguns baixios que podem promover o encalhe repentino. Fiz navegação pela carta náutica, estimada visual, batimétrica (com o sonar) e com o GPS, pois um amigo meu me forneceu os way points que o veleiro Daikiri de um casal de sulafricanos que estava em Laguna forneceu. Um pequeno erro e babaus. Nesta região o rádio VHS não tem alcance para pedir socorro para a marina. Agora era só passar pelo canal de Naufragados (sugestivo o nome) e ir para a Ilha do Papagaio ou até o Pântano do Sul na Ilha para ficar abrigado dos ventos Norte. Tentei ir até o Pântano, mas correnteza estava muito forte e resolvi ir para meu local abrigado, ao lado da ilha. Joguei o ferro (âncora) ao final da tarde, mas não segurou, tentei várias vezes e a correnteza me levando para o mar aberto. O fundo era de areia dura, o que não permitia que a âncora segurrasse. Já entrava a noite quando um conhecido numa lancha a uns 300 m do veleiro, por rádio me falou para ficar numa poita, pedi para ele sinalizar onde estava a dita cuja, mas ele já estava saindo do local, pois um carro espera para levar ele para a "civilização". Seriam só mais uns 5 minutos, mas ele não pode ou não quis esperar. Voltei para próximo de onde eu estava e lutei 5 horas para ancorar. Minha resistência física já estava no limite, sem comer desde as 5 da manhã, começou a dar cãimbras no dedão da mão, nos abdominais e atrás da perna (era o acúmulo do ácido lático já com micro rupturas). Liguei no celular para um amigo em Fpolis que tem uns 50 anos de experiência de vela para pedir um "help", tentei carregar o celular através do *7000, banco Bradesco, mas o serviço não estava disponível, mesmo assim me sobravam alguns minutos de crédito, ele me falou para unir as duas âncoras com uma manilha que tem nelas, mas os parafusos estavam cheio de cracas, o que não foi fácil de fazer, a lanterna grande que tem alcance de 2 km parou de funcionar e a lanterna de cabeça quebrou quando uma onda me jogou de cabeça contra o cockpit. Tive que fazer tudo no escuro no meio não sei de onde, com vento forte, chuva e ondas de leste. Naquele sufoco acabei ficando muito perto da praia, mas o vento nordeste me empurrava para fora da praia. Sem comer, exausto, fui dormir, ou pelo menos tentar dar umas cochiladas. Às 6 da manhã o nordeste parou e as vagas me levaram para a praia, lutei tentando fazer o motor funcionar e nada, e tentei colocar as velas, mas não deu tempo, encalhei na primeira rebentação. Sensação de impotência, burrice, pois eu já havia lido que isto poderia acontecer, mas um cérebro cansado, com medo, não raciocina normalmente, pulei na água gelada, nadei e depois fui correndo atrás de algum pescador para me rebocar. Consegui uma embarcação de passeios turísticos para me rebocar, mas como ele não poderia chegar perto da praia para não encalhar, tive que saltar na água com a corda (cabo), domingo cedo, nadando até o veleiro para tentar retirar ele daquela situção deprimente. Somente depois de umas 3 tentativas foi conseguido. Eu com um baita frio. As 8 h fui fazer o levantamento dos estragos. Por dentro do veleiro tudo revirado e molhado, pois a primeira onda molhou dentro do barco. Sorte que os eletrônicos estão sempre protegidos com plásticos. E a cana de leme quebrou, o que impediria o retorno para a marina. Moral abalada. Daí recebi uma ligação informando de que estaria vindo para a ilha do papagaio uma escuna de 19m com motor de 280 Hp para resgatar aquela lancha de ontem à noite, que quase afundou, e eu iria de reboque também. Beleza, problemas resolvidos !!! Que nada. A uma da tarde do dia 17 retornando para a Marina Sea Escape com a escuna, rompe o cabo de reboque, mar aberto, ondas de leste levando os dois barcos para o costão. Uma lancha de 300 mil reais perto da destruição. E o meu veleiro também...Mas o funcionário da escuna conseguiu pular na lancha e colocar cabos de boa qualidade. Estávamos numa velocidade um nó, bem lentos para passar a região do canal dos Naufragados, quando comecou a romper o cabo do veleiro. Daí me falaram que se rompesse era para eu pular no veleiro, abrir a vela (o motor eu havia deixado na pousada Mares do Sul na praia do Sonho), e tentar retornar para a praia. Eu não concordei, não estava em condições de fazer mais nada, exausto, acabado. Quando que de repente acontece o estofo de maré, mar calmo conseguimos trocar o cabo de veleiro e ir lentamente até a marina, chegando de noite. Lá chegando a escunatambém encalhou, mas conseguiu sair sem maiores problemas.
É ! velejar não é fácil não, é necessário muita experiência, conversar com vários velejadores experientes (já que cada um tem uma opinião diferente), e passar por estes eventos para não correr riscos excessivos, já que o risco é inerente a esta atividade. Comentei com marujos da escuna que a "coisa não é mole" e eles me disseram que isto não foi nada, eles constantemente passam por situações piores, e que era melhor isto do que ver o Faustão ou ir ao shopping.
Meu erro principal? confiar no equipamento que outros colocaram no veleiro-a âncora-ela deveria ter 10 kg de peso, e tem somente 5 kg para este tipo de fundo. E confiar nas previsões do tempo de internet. Mas continuo com a opinião de que a BR-101 é mais perigosa do que o mar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A ORIGEM DOS TRANSPORTES


Sobre a origem dos transportes,
Marconi e Presotto em seu livro de Antropologia (antropologia é a ciência do homem: o homem enquanto integrante de grupos sociais, sua evolução, história, crença, usos e costumes, filosofia, linguagem etc.), descreve que o primeiro vestígio de transporte aparece Mesolítico Escandinavo (12.000 a 10.000 a.C.) com um tipo de canoa. Quanto ao neolítico (10.000 a 4.500 a .C.) as provas referem-se apenas aos aquáticos: canoas e pirogas
O homem, primeiramente, utilizou troncos, cabaças e peles cozidas e infladas, para flutuar ou sustentar-se sobre as águas. Esse recurso ainda é muito utilizado por alguns povos. A seguir vieram as embarcações. A princípio simples, rústicas; depois envolvendo técnicas cada vez mais complicadas, especialmente as relativas à navegação de alto-mar, que requerem conhecimentos sobre ventos, astros e instrumentos específicos. Os primeiros meios de transportes aquáticos, de acordo com provas existentes, reduziam-se a canoas, pirogas, balsas e jangadas. O material utilizado varia desde a madeira (troncos de árvore), bambu, junco, hastes de papiros, filhas de palmeira, cascas de árvores, cortiça, até o couro. O tamanho e a resistência relacionam-se ao tipo de acidente geográfico: rios, lagos, mares e oceanos. Formato, função, técnica de construção e estética (simples ou ornamentadas) também não são uniformes.

FONTE DO LIVRO: Antropologia: uma introdução. Marina Marconi e Zélia Presotto. SP: Atlas. 2006.
Na foto, uma "canoa mais moderna".

sábado, 2 de agosto de 2008

qualidade




MEU NENÉM ME AJUDANDO NAS AMARRAS E ATRACANDO NO IATE CLUBE VELEIROS DA ILHA EM FLORIANÓPOLIS.
FOMOS GENTILMENTE RECEBIDOS E CONVIDADOS A ATRACAR NO CLUBE POR 48 HORAS, SEM CUSTOS.
POR ESTA EU NÃO ESPERAVA.
MEUS AGRADECIMENTOS AO PESSOAL DE LÁ, FUNCIONÁRIOS ALEGRES E PRESTATIVOS. ISTO ME DEU UMA IDÉIA.
ENTRETANTO A QUALIDADE DE SERVIÇOS E PRODUTOS É ALGO QUESTIONÁVEL. PRODUTOS DA CHINA? TERRÍVEL!! QUALIDADE DE ATENDIMENTO NO BRASIL (principalmente em Criciúma- SC)?? UIIIIIII !!

CALMA, NÃO SOU EU NÃO, MAS AINDA CHEGO LÁ.






só fotos do último treinamento em julho/2008, nas bahias sul e norte em Floripa. Será que estou com cara de cansado??