terça-feira, 17 de junho de 2008

Mudança...



Mudar o estilo de vida é fácil, mas mudar de forma consciente, ai a coisa complica. Mudar é o que fazemos todos os dias... mudamos de humor, mudamos de ambiente, mudamos de roupas, mas, mudar de verdade... estamos sempre presos a coisas que supostamente nos dão conforto... é ai que mora o perigo.
A vida nos prende a coisas que muitas vezes viram um círculo meio que vicioso e dele não conseguimos sair.
O conforto gerado pelas coisas que compramos, nos gera um apego sem fim.
Mudar é algo mais que necessário e se começa com uma decisão... uma decisão que deve ser tomada por mais dura que seja.
A vida toma muitas decisões para nós todos os dias... é o emprego que deixa de existir, o mercado que muda as regras, o chefe que muda e até o trânsito que muda... e acabamos achando que somos imutáveis.
E o medo?Realmente... tememos trocar o certo pelo duvidoso... mas, o que é certo?
Se você tem algum bem de hora para outra ele deixará de existir... nada é durável, nem os impérios como Roma, Egito... nada dura. Então, não existe nada certo a não ser a morte.

Humildade com as forças da natureza e com humanos...



HUMILDADE NAS INTEMPÉRIES e nas ações dos humanos
“por detrás da matéria há algo de inexplicável”.
Pode-se começar por aí, nesta frase de Einstein a explicar o que seja Humildade e a necessidade de possuirmos ela frente às intempéries da natureza (também).
Pode ser uma virtude humana guiada pela razão e pela fé. Razão é quando temos o discernimento para agir com conhecimento técnico. Fé nem vou entrar neste mérito por que cada um tem sua teoria. Assim, a humildade não é depreciativo, é saber exatamente o que somos o que valemos e envidar esforços para melhorar, se aperfeiçoar. Mas, a verdadeira humildade, é aquela que o homem tem consciência e possui uma convicção do que ele é, da sua capacidade, da sua força ou da sua fraqueza, compreende a sua inferioridade, reconhece seus limites mas, não sofre por isso, se esforça e trabalha para ser melhor e procura constantemente seu aperfeiçoamento.
Ser humilde é saber ir até o ponto de não interferir nos outros, ser humilde é não intrometer-se na vida dos outros. E normalmente ela ocorre com o decorrer da idade, das experiências e tropeços. Os novos em idade tem a tendência a "achar" que sabem tudo. Ainda bem não é!!!!???é necessário que alguém arrisque e transforme o curso das "normalidades".
A humildade é uma virtude que atua sem ilusão, sendo guiada pela razão, fator este importantíssimo numa velejada, reconhecendo as forças da natureza e estando preparado para agir em casos extremos. Humildade com técnica é o seguinte: só se aproximando com humildade da coisa é que ela não escapa totalmente (daí surgem as mais diversas interpretações, onde cada um reflete para sí).
Na visão do filósofo Kant, é “o sentimento da pequenez de nosso valor perante a lei” considerando ele hipocrisia pretender os favores de Deus ou dos homens.
Agora, no “trato” com os humanos a “coisa” muda, como bem nos lembra Freud, que os homens não são criaturas meigas e suaves, mas sim seres agressivos, que encontram prazer em seus impulsos de dominação. Consta que certa vez perguntaram a Buda se devemos pagar o mal com o bem. E Buda respondeu: “Não. Devemos pagar o bem com o bem e o mal com a justiça.” Então, "parece" que a receita é ser humilde com as forças da natureza (clima) e ter precaução com humanos.
E fica a reflexão: Por que o mar é tão grande, tão imenso? Por que teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo dos rios.

domingo, 15 de junho de 2008

Como se localizar no mar?







A tecnologia nos proporcionou facilidades que permitem a localização rápida e eficiente. Cartas náuticas da região a navegar, compasso, régua náutica, borracha, lápis e alguns GPS (um para uso e os outros dois sobrassalentes ficam numa panela de pressão-previne de descargas magnéticas e umidade).



auto motivação







Não é "mole" efetuar as revisões em um veleiro. Quando tudo parece que está em ordem surgem novas tarefas. Mas agora o painel solar está corretamente instalado para que o rádio VHF tenha energia e a TV de LCD possa funcionar. Na foto acima está o painel de comandos eletrônicos que apesar de toda fiação ser nova tinha duas soldas desconectadas dos terminais elétricos (chave geral), que impossibilitava a iluminação da bússola externa. Bomba hidráulica de água para a pia e chuveiro funcionando OK. Fogão de uma boca OK. A vela genoa 2 (vela da frente) foi encaminhada para a revisão das costuras no Iate clube Veleiros da Ilha.
Para que se tenha vontade de fazer isto tudo, tem-se que ter uma "baita" auto-motivação. Mas de onde vem isto?????????????
Na visão de alguns pensadores, a motivação pode ser definida como um processo endógeno, responsável pela intensidade, direção e persistência de uma pessoa para atingir determinada meta.
Abraham Maslow, Frederick Herzberg, Douglas MC Gregor, Skinner, Alderfer, Turner, Lawrence, Adams, Vroom e Hackman Oldham são precursores deste pensamento.
Motivação é o balanceamento entre o desempenho do profissional e a satisfação das necessidades. O desempenho de uma atividade é saber o que fazer, saber como ter vontade ou a energia própria para agir.
A motivação é um conjunto de fatores psicológicos (conscientes e inconscientes) de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, as quais agem entre si e determinam a conduta de um indivíduo (Dicionário Aurélio).
Para Maslow, as necessidades são: fisiológicas (alimento, ar, água, abrigo, sexo); segurança (poupança, saúde, INSS); social (relações sociais); ego (autoconfiança, auto-estima, reputação; auto-realização; auto-satisfação).
É o esforço que a pessoa faz para atingir determinado objetivo, que engloba uma expectativa de desempenho e resultado em função de um desempenho.

Temos companheiros


Dois veleiros de Suíços estão ao lado do Imperador. Um deles, o da foto, é construção caseira, de alumínio, com 33 pés (cada pé = 0,3048 cm). Conversando com um dos ocupantes, idade aproximada de 28 anos, ele me falou que não tem previsão de parar de velejar. Quando faltar dinheiro voltará para a Suiça, trabalhará um pouco e continuará a viagem. Já estão há dois meses em Florianópolis e irão até Buenos Aires no verão, quando os ventos predominantes de Norte, Nordeste irão "empurrar" o barco até lá.

Quer ter o que fazer? Quer se divertir? compre um veleiro


Tudo tem que ser revisado, no mar não tem um mecânico de prontidão para nos auxiliar. Mas estas revisões dependem das condições climáticas. Por exemplo, para trocar a lâmpada que estava queimada no topo do mastro (luz de tope), o dia tem que estar calmo, sem ondas, sem chuva, para que alguém possa ser içado até lá. Na foto o profissional Sr. Guedes executando esta atividade. Sua vida estava em minhas mãos, já que eu comandava o cabo de içamento. Um "mal súbito" e tchau Sr. Guedes.

sábado, 7 de junho de 2008

Colocando projetos em prática...


O tempo gasto só tem algum significado quando um dia os planos deixam de ser planos e se transformam em ação. Está na hora de envelhecer os planos. Então decidi neste dia 06/06/2008 efetuar minha primeira velejada sozinho.
Ao lado fotos do piloto automático na travessia da baia em florianópolis.

Após alguns cálculos e visualização da carta náutica, é só programar o rumo que se deseja que o piloto "leva" o veleiro. Nas fotos aparece o rumo 225º.

Muito calmo



CINCO DE JUNHO DE 2008. Esta foi a noite mais calma que passei à bordo do Veleiro Imperador. Mar totalmente calmo durante a noite na pequena baia em Santo Antônio de Lisboa-Florianópolis. Nem parecia que eu estava embarcado. Só faltou um vinho chileno, mas estou providenciando uma adega (beber só quando estiver atracado e com segurança).
Às 06:15 reclamei para um pescador que passava à bombordo do Imperador, que hoje não haveria vento para dar umas bordejadas. Ele me disse: vai dar vento sul. Mas como sabes? perguntei eu...Ele falou: Táz vêndu aquél nuvi? ólhi! ólhi! ólhi!
Que nuvem? perguntei eu. Aquela moço...
Obrigado pelo moço, mas a internet disse que não haveria vento. CONCLUSÃO: pelas 10:30 veio um ventão sul de arrepiar !!!!!!!!

Acordando no mar


Acordar numa baia calma dentro de um veleiro é algo sublime, digamos assim. Primeiro são as tainhas se alimentando de cracas na parte submersa do veleiro (as ditas obra vivas= tudo que fica na água), ar puro, mar calmo, sem o tumulto das cidades com a correria desenfreada, discussões no trânsito e as pessoas correndo sem saber direito o por quê e para quê.
Ao lado minha cama "meio casal". Dá para dormir "legal". Tem até uma coisa que eu detestava: tapete. Mas tudo isto é bom quando o mar está calmo (hehehehe).
Então surgem as perguntas: só continuar vivendo ou aproveitar o potencial? É só isto que eu quero? Não está faltando alguma coisa? Estou sendo a pessoa que quero, que desejo ser? O que é importante, simplicidade ou acúmulo? Para que tudo isto? Quero esta civilização que me foi imposta? Por que não posso viver longe desta civilização e longe se seus problemas?
Talvez a mesmice me incomode, ou as rotinas.

Administrando um veleiro


Verificando o arcabouço de idéias existentes nas Teorias da Administração, pode-se verificar que várias idéias são aplicáveis e comparáveis com as habilidades necessárias a um velejador ou uma organização com centenas de pessoas. Para velejar é necessário que sejam efetuadas atividades administrativas orientadas para o campo do planejamento, diagnóstico e decisão, equacionando estratégias de ação adequadas e eficazes para soluções de problemas e situações.
Primeiramente pode-se conceituar a empresa de um homem só (velejador solitário, o single handed) como sendo “empresa rudimentar”, e o corpo social (que pode ser uma pessoa) tem que desempenhar várias missões administrativas, como: o programa de ação deve ser preparado e executado; ter direção competente e forte; formular decisões claras, nítidas e precisas; manter disciplina, regras e normas; os interesses particulares devem estar subordinados ao interesse da empresa; zelar pela ordem material; manter tudo sob controle (CARAVANTES, 1998). Para Fayol, organizar uma empresa é dota-la de tudo que é necessário ao seu funcionamento: matérias primas, utensílios, capital e pessoal.
Num veleiro, como exemplo, a matéria prima podem ser o vento e o óleo diesel para o motor; os utensílios podem ser o radar, o GPS (vários para garantir), rádios, balsa salva-vidas, foguetes de sinalização, medicamentos e o dessalinizador; o capital é valor necessário para adquirir a empresa (o veleiro) e para a manutenção mensal (custos de marinas, diesel, reformas, alimentação); o pessoal é o capitão da embarcação e a assistência em terra de Marinhas dos países, guarda costeira, eletricistas, pintores, marceneiros e mecânicos nas marinas de atracação.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

administrando os riscos e erros


Agora é a fase das revisões do veleiro. Mas para que tanta revisão? Digamos que está sendo analisada a questão sobrevivência, onde o mínimo de coisas devem/podem dar errado, já que eliminar totalmente o que pode dar errado é quase impossível. Então, o bom senso no diz que devemos olhar cada parafuso, cada conexão, sistema hidráulico, cupilha, eletrônicos, fiação, estado do casco, velas, enfim, tudo...para reduzir os risco e o regresso ser vitorioso.

Risco é a possibilidade de ocorrência de um resultado indesejável, como conseqüência de qualquer evento. Devido às incertezas, o risco é um fato, é inerente . As conseqüências do risco podem afetar o desempenho, o custo, o cronograma de tudo. Para reduzir risco é possível que um projeto tenha que ser reformulado e assim, o risco administrado.
Estamos constantemente sujeitos a risco de todos os tipos. Alguns podem ser evitados, outros não são totalmente eliminados. Para os que não podem ser eliminados, deve-se verificar a probabilidade de ocorrência, a grandeza ou severidade do evento. Assim, os riscos podem ser internos ou externos (do veleiro, clima).
Como avaliar? Decompor o sistema em elementos ou componentes (velas, casco, eletrônicos...); identificar possíveis eventos causadores (soldas da fiação, costuras das velas, estado do motor).
Os riscos estão associados a: maturidade, incertezas, orçamentos, ambiente.

terça-feira, 3 de junho de 2008

popa



Vista da popa e través da embarcação e do vaso sanitário com a bomba hidráulica (tem que ter bundinha).
Popa=ré (aft), través= lateral (boreste ou estibordo- neste caso acima).
Bombordo é o lado esquerdo das embarcações. Boreste ou estibordo é o lado direito. A parte da frente é proa e a parte de trás é a popa.

geração de energia resolvida


Para que tenhamos um mínimo de conforto à bordo, se faz necessário energia 12 Volts onde não há conexão para 220 V. Esta energia é obtida através de baterias (3) que são alimentadas por um painel solar flexível e um pequeno gerador acoplado ao lado do motor, conforme a foto. Isto é suficiente para abastecer uma geladeira (para barcos), TV LCD, rádio AM/FM/CD, rádio VHF (náutico), bateria do Lep Top e várias lâmpadas internas e lâmpadas (4) de navegação externas do veleiro.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

mais fotos



vista da entrada (acesso interno-"companionway") ao veleiro e sala. Em fase de revisão é assim, ferramentas por todo o lado.

Iniciam-se os treinamentos




Buenas, veleiro adquirido (O' Day), agora iniciam-se os treinamentos. Ledo engano!!!! Agora é hora de revisar tudo, de conhecer o barco, cada parafuso, cada fiação, cada pedacinho de vela etc. Este veleiro foi totalmente reformado em 2007 e 2008 no Iate Clube Veleiros da Ilha, mas apesar disto alguns probleminhas já foram detectados, como bomba de água para pia e chuveiro que não funcionam, mangueiras do vaso sanitário "estranguladas" (apesar de novas), conexões inadequadas para embarcações (foram colocadas conexões hidráulicas de residências), soldas da fiação ineficientes, alguns fusíveis inexistentes, piloto automático inoperante, falta de equipamentos de segurança exigidos pela Marinha do Brasil. Agora é mãos à obra.